A exposição “ULTRAJE”, da turma de Museologia e Comunicação 4 do segundo semstre de 2017, apresentou o vestuário como parte da afirmação e representação de outras identidades que rompem com o padrão binário de gênero. Dessa maneira, a reflexão proposta na expoisção tinha como ponto central o ato de se vestir como uma possibilidade empoderadora de expressão dos novos “modos de existir”. A sociedade contemporânea ocidental ainda está pautada na imposição de modos normativos e comportamentais reforçada pela violência simbólica que impõe significados dados como legítimos e subverte outros de acordo com uma relação de poder. Ou seja, as formas de expressão, como o de vestir, estão enquadrados nesse padrão binário, indo contra as ideias de identidade líquida na pós-modernidade e do conceito de identidade de gênero transgressora do binarismo. Essa padronização heteronormativa das formas de expressão homogenizam e dificultam a afirmação de novos “modos de existir”.
O problema de pesquisa da exposição ULTRAJE foi: Como o ato de se vestir pode se tornar uma possibilidade empoderadora de expressão desses novos “modos de existir”? Deste modo, o tema é a reflexão sobre formas de desconstrução do padrão de gênero masculino e feminino a partir do vestuário, tratando historicamente da construção desse binarismo normativo e de como pessoas utilizam da roupa para transgredir esses padrões e gerar novas identidades.
O objetivo geral é identificar e desconstruir padrões de se vestir do feminino e do masculino, e como isso influencia na existência das pessoas a partir do vestuário para sustentar outras expressões e modos de existir. Os objetivos específicos são:Definir quais são os padrões do feminino e do masculino no vestuário para poder questionar essa polarização dentro de uma sociedade homogênea e normativa; Identificar historicamente como se deu a construção dessas duas vertentes; Apresentar exemplos de trajes que fogem do binarismo de gênero para fortalecer a desconstrução proposta; Selecionar exemplos de pessoas reais que quebram os padrões, a fim de apresentar novas formas de identidades.
Justificativa: É evidente que nossa sociedade é heteronormativa e apresenta uma relação de poder entre o feminino e o masculino, resultando em diversas modalidades de opressão, entre elas o modo de se vestir. O vestuário é uma ferramenta de expressão e reconhecimento da identidade, ele opera como uma forma de transgressão dos valores impostos dessa sociedade citada. A partir desse cenário, a exposição busca romper com os padrões de se vestir do feminino e do masculino, apresentando novas formas de expressão, de modo despertar a consciência sobre outras perspectivas de identidade. Ainda, temos o propósito de despertar individualmente o questionamento sobre a existência desses padrões e sua inserção dentro dessas definições. Com isso, possibilitando uma reflexão sobre a sociedade em que estamos inseridos, de forma a criar a noção de pertencimento e reconhecimento, dando voz a diversas formas de expressão de identidade que fogem do padrão hegemônico.
Dessa forma, temos o intuito de difundir outras existências e vivências de pessoas que têm outras construções identitárias, contribuindo com a formação de uma sociedade com mais liberdade, tolerância, respeito e aceitação da pluralidade de identidades.